Parece dramático e exagerado, mas não é: diversas empresas entram em crise porque não medem os riscos, perdendo o controle. Se o empreendedor não sabe com o que está lidando, provavelmente irá detectar o problema quando já for tarde demais. Uma gestão de riscos inconsequente tem consequências graves, pois gera custos financeiros, encarece operações, prejudica a eficiência e reduz as margens.
Se a empresa tem auditoria interna, o foco é, em geral, nos riscos operacionais e de controle interno de processos. Há organizações que aderem aos comitês de gestão de riscos corporativos, caracterizados pelos custos elevados e eficácia questionável. As principais adversidades que afetam os negócios se relacionam à instabilidade econômica do país, que muda constantemente a taxa de juros e a política de tributações. Assim, ocorrem volatilidade do câmbio, aumento da competitividade no mercado, alta no preço dos insumos, falha na implantação de novas tecnologias e alterações na legislação trabalhista.
Devido a esses fatores, é essencial que a empresa dedique tempo à gestão de riscos, estruturando um departamento específico para cuidar do assunto, atentando aos riscos de mercado, de crédito e operações. Após o abalo econômico do sistema financeiro norte-americano, por exemplo, o país viu a importância de aperfeiçoar os métodos de controle, criando um “teste de estresse”, a fim de detectar se as instituições têm capital capaz de enfrentar crises. Se detectados riscos, as empresas devem adotar medidas como emissão de ações ou tomada de empréstimos, com custo do dinheiro bem mais baixo do que em situações de crise. No Brasil, a gestão de riscos ainda é incipiente e exige investimentos.