O mercado é desafiador para quem gosta de assumir riscos. Neste ano, a expectativa é a de retomada de investimentos, devido à recuperação das atividades econômicas. São estimuladas, assim, aplicações em diversos tipos de investimentos, especialmente aqueles associados a ativos com maior oscilação de preços, como ações de companhias abertas, contratos nos mercados futuros de moedas, commodities ou índices financeiros e operacionais mais sofisticados envolvendo opções, swaps e demais derivativos.
Esses ativos se caracterizam pela volatilidade, o que exige disciplina para entrar e sair das posições. A atividade é conhecida, no jargão do mercado, como “trading”. A tendência é que investidores profissionais e amadores elaborem estratégias originais capazes de driblar o momento. A consequência é uma corrida na busca dos métodos mais eficazes de identificação dos pontos de compra e venda, arbitragem entre ativos e descoberta de “pérolas” entre os papéis menos líquidos. O difícil é não ser arrojado para tomar decisões que possam causar perdas significativas e, ao mesmo tempo, não ser conservador e deixar passar boas oportunidades.
Alex Preda, pesquisador do King’s College em Londres e que esteve no Brasil em novembro de 2018 participando da conferência Ciências Comportamentais e Educação do Investidor, acredita que o trading é uma atividade social. Os profissionais, mais do que ganhar dinheiro, compram e vendem ativos com o objetivo de testar suas hipóteses. O desenvolvimento tecnológico tornou essa prática acessível a praticamente todas as pessoas. Desse modo, o interessado encontra seminários, cursos, feiras e grupos de estudo para ensinar e incentivar a negociação de vários ativos financeiros. Basta pesquisar na internet e escolher a opção mais adequada.
Segundo os economistas, o trading é um jogo de soma zero, pois o sucesso de uma posição depende do fracasso de outra realizada por uma contraparte. Imagine um cenário no qual você adquire uma ação ao preço de R$ 100 e vende logo em seguida por R$ 110, apurando um ganho de R$ 10. Esse lucro só foi obtido às custas do prejuízo de alguém que vendeu a ação por R$ 100 e recomprou por R$ 110. A partir dessa ideia, os economistas avançam na argumentação racional: insistir em transações de compra e venda repetidamente, de modo mecânico, possibilitará lucro em algum momento e, em outros, prejuízos. Estaticamente, as chances de ganhar e perder são iguais.
Os “traders” de maior sucesso conseguem adotar métodos de negociação que intensificam as chances de vitória. Agem com confiança de que a estratégia pode dar certo. Se não fosse assim, o volume das negociações no mercado secundário seria menor do que é, e as compras e vendas seriam restritas às pontas interessadas em comprar ou desfazer ativos.
Existe muita colaboração entre os “traders”, principalmente os amadores. Há grupos de discussão das melhores estratégias ao mercado financeiro. O investidor deve ter em mente que a negociação demanda tempo até se tornar lucrativa. É natural que surjam perdas e, por isso, é fundamental estar financeiramente preparado em casos de contratempo.