Só neste ano, seis em cada dez brasileiros entraram em 2020 sem uma quantia reserva para situações de emergência, segundo a 3ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Como guardar dinheiro para situações de emergência? É justamente sobre isso que vamos conversar.
Primeiro, é necessário definir o que é reserva de emergência. No caso, é o dinheiro que você tem guardado para uso imediato, caso precise e esteja em momento de desestabilização financeira. É fundamental na hora de evitar um endividamento, por exemplo. Colocar metas é essencial no processo de construir uma reserva: seja a construção ou a reforma da casa, pois isso faz com que a pessoa pense duas vezes antes de gastar em prazeres supérfluos. Quem nunca pensou nisso, sentiu na pele as dificuldades com a pandemia.
Reverter esse cenário exige uma mudança de hábitos. Independente de quanto é a renda da pessoa, ela deve rever seu orçamento. Os gastos são a variável mais fácil de ser controlada, por isso são o primeiro fator que deve ser alterado em momentos de crise. Essa nova mentalidade começa desde atitudes pequenas, como cuidar o consumo de água e luz. Anotar outros custos diários, como transporte e alimentação, também são importantes para você ter um controle maior. Saber diferenciar o que você quer do que você precisa é um dos pontos-chave da educação financeira.
Como investir na reserva de emergência?
Investimento sempre traz perspectiva de mais dinheiro no futuro. Se você gasta o dinheiro e não há essa perspectiva, sabemos que não é um investimento. Para construir a reserva de emergência, é importante começar a partir do que dá: há opções de fundo de investimentos, a poupança, o tesouro SELIC. Mais vale ter conhecimento do que se está fazendo do que ter volume. Um dos principais requisitos, neste caso, é a liquidez, afinal, o dinheiro precisa ser acessado rapidamente em momentos de urgência.
Por isso, títulos de renda fixa, em que o investidor deixa seu dinheiro travado por um longo período ou fundos de investimento com menos liquidez são opções menos interessantes. A volatilidade da aplicação financeira é outro ponto que deve ser levado em conta, ou seja, todas as oscilações que a sua reserva pode sofrer. Por ser um recurso para situações emergenciais e que podem ser sacadas a qualquer instante, o investidor deve procurar aplicações que não contêm grande volatilidade, assim se previnem de surpresas negativas.
Existe um cálculo básico para fazer a reserva?
O cálculo da reserva de emergência é sempre baseado no seu custo de vida. Se você ganha um salário mínimo, deverá compreender quais são os gastos fixos e fundamentais no dia a dia, como alimentação, saúde e moradia. O cálculo é justamente referenciado no custo mensal de vida. Guardar 5% do que você ganha já é um bom começo. É necessário criar esse compromisso com o bem-estar do futuro.
4 passos para criar a reserva da sua empresa
1. Entenda o custo de fluxo do caixa: observe quais serão os valores da sua receita líquida e dos gasto em um dia, semana, semestre ou ano e coloque em uma planilha.
2. Avalie as prioridades: veja quais gastos são essenciais e quais podem ser cortados, fazendo um levantamento de quantos será poupado mensalmente com essas medidas.
3. Reserve um valor mensal fixo de quanto será poupado e em qual periodicidade.
4. Selecione o melhor tipo de investimento, levando em conta a liquidez e a rentabilidade oferecida.