Valuation: saiba como calcular o preço justo de uma ação

Valuation é um processo muito importante para um investidor tomar decisões, pois avalia o valor justo de uma ação. Portanto, fazer um bom valuation pode ser o diferencial na hora de escolher ações, algo muito útil para quem quer começar a investir.

 O que é valuation?

Valuation é um processo no qual investidores calculam o valor justo da ação de uma empresa. Com o valuation, é possível estimar se a ação possui um preço atrativo e pode subir de valor, entregando rentabilidade, ou se aquele não é um momento propício para investir na companhia. 

Analistas de investimentos e até mesmo investidores pessoa física podem fazer valuation para ajudar na sua tomada de decisão na hora de investir. Entretanto, nenhuma previsão é perfeita: fazer essa avaliação gera uma estimativa, mas podem ocorrer fatos imprevistos que mudem a realidade da companhia. Portanto, o valuation não é apenas uma fórmula rígida: ela deve ser interpretada e o investidor deve usar o máximo de dados ao seu dispor para escolher uma ação da bolsa de valores. Dessa forma, saber o que é valuation, como aplicá-lo e como relacionar esses métodos com uma análise mais abrangente é fundamental para quem quer ter rentabilidade no mercado de ações.

Para que serve o valuation?

A função do valuation é avaliar o preço justo de uma ação. Mas por que isso é algo importante? Muitos não entendem o racional por trás desses cálculos. No entanto, o motivo é muito simples: se é possível comprar uma ação por R$ 100 ou por R$ 50, por que optar pelo preço mais alto? Ou seja, o motivo para que serve o valuation é simples: é para encontrar boas oportunidades de investimentos na bolsa de valores, a B3.

Sendo assim, um investidor pode avaliar uma ação e ver que ela tem um preço descontado. Assim, ele pode aproveitar a oportunidade. Por outro lado, caso ele observe que a companhia está negociando por valores muito acima do normal, ele pode optar por outras oportunidades mais vantajosas. Assim, o investidor pode escolher outras empresas do mesmo setor ou até mesmo verificar investimentos no exterior que sejam mais atrativos.

Quais os tipos de valuation?

Os principais tipos de valuation que os investidores usam são:

Fluxo de caixa descontado

Valuation contábil

Múltiplos de mercado

Valuation de liquidação

Modelo de Gordon

Fluxo de caixa descontado

Em primeiro lugar, o fluxo de caixa descontado avalia as projeções de lucro futuro descontando o risco associado a esse investimento. Essa técnica para avaliar companhias permite avaliar o lucro da empresa em relação ao risco, além de permitir a visualização de diferentes cenários para a empresa. O lado negativo, entretanto, é que essa métrica demanda mais trabalho para ser feita corretamente, podendo levar tempo. No entanto, pode ser uma boa forma de avaliar ativos de renda variável.

Valuation contábil

No valuation contábil, verifica-se apenas o patrimônio líquido da companhia. É um método bem simples de se utilizar. Entretanto, esse método acaba por não avaliar os bens intangíveis da empresa (como o branding, seu capital intelectual, patentes e outros pontos importantes).

Múltiplos de mercado

Os múltiplos de mercado permitem uma análise da empresa comparando os seus indicadores com os de outras companhias no setor. Sendo assim, é importante ter outras empresas similares à qual se faz a avaliação para ter resultados mais conclusivos. É possível usar métricas como o preço sobre lucro (P/L), por exemplo. No entanto, mesmo para empresas do mesmo setor, o modelo de negócios nem sempre é o mesmo. Isso pode gerar distorções que devem ser levadas em conta nos cálculos.

Valuation de liquidação

De fato, o valuation de liquidação é outro método muito simples de se usar: basta pegar os ativos totais da empresa e subtrair os seus passivos. No entanto, esse método costuma ser mais usado por empresas que passam pelo processo de liquidação. Ou seja, não é tão útil como outros métodos.

Modelo de Gordon

O modelo de Gordon é um modelo de valuation que avalia os dividendos da empresa. Assim, ele considera dividendos que crescem a taxas constantes. Dessa forma, o preço consiste nos dividendos por ação dividindo-se pela taxa de desconto proveniente da ação menos a taxa de crescimento desses dividendos. No entanto, dividendos não seguem um padrão constante - e é cada vez mais comum que empresas optem por não distribuir seus dividendos para reinvestir na companhia ou recomprar ações.

 

Fonte: Revista Exame