O mercado passa diariamente por transformações, impondo novos desafios para as empresas, obrigando que estas se reinventem e tenham suas estratégias de negócios em constante desenvolvimento para se manterem competitivas.
Entre essas mudanças está a sucessão empresarial, processo que pode ser crucial para a solidificação e manutenção da organização a curto e longo prazo. Por ser algo de grande impacto dentro da empresa, afetando toda a operação e modelo de gestão, a sucessão empresarial é um processo complexo, que exige um planejamento de qualidade e profissionais experientes na busca de executivos para sua execução.
De acordo com a empresa de consultoria e recrutamento Robert Half, quando a sucessão é realizada de forma eficiente, promove uma série de benefícios para o negócio, garantindo sua permanência por um longo prazo no mercado. Em alguns casos, esse processo pode ocorrer de forma obrigatória, portanto, é fundamental saber como realizá-lo na organização.
Pensando nisso, a empresa elaborou um guia com informações sobre a sucessão empresarial e como fazê-la de forma eficiente.
O que é sucessão empresarial?
A sucessão empresarial é um processo de passagem do poder e capital de uma empresa para uma nova pessoa (ou grupo de pessoas) jurídica. Nesse sentido, a responsabilidade pelas funções econômicas, administrativas e de comando da organização é transferida.
É um processo similar à sucessão civil, na qual um indivíduo transmite a outras pessoas suas dívidas e créditos. Nesse sentido, a sucessão empresarial apresenta as seguintes regras a respeito de:
Dívidas: seguindo as regras do Código Civil, o sucessor fica responsável pelas dívidas do antecessor. Entretanto, elas podem ser cobradas de ambos pelo alienante;
Créditos: de acordo com a lei civil, o devedor pode quitar sua dívida com o alienante ou com o seu sucessor mesmo que este tenha recebido os créditos por ela;
Contratos: os modelos pessoais se mantêm intactos, enquanto os contratos com pessoas jurídicas precisam mudar o contratante para o novo sucessor.
“Apesar de envolver questões legais, a sucessão empresarial nem sempre acontece formalmente, podendo ser feita pela troca de liderança por um novo membro da família, resultada por questões de invalidez, afastamento ou até mesmo morte”, explica a empresa de consultoria.
Quais são os principais tipos de sucessão empresarial?
Existem diferentes tipos de sucessão empresarial que podem acontecer nas organizações. São eles:
Sucessão familiar: ocorre quando pai ou mãe transmitem o negócio para um de seus herdeiros, todos eles ou outro familiar. A herança conta não apenas com a liderança da empresa, mas também com seu lucro, dívidas, processos, contratos e funções de gestão;
Sucessão trabalhista: um sucessor passa a ser responsável pelas obrigações trabalhistas do dono anterior. Nesse caso, não há mudanças na estrutura de funcionários do negócio;
Aquisição de fundo de comércio: acontece quando uma pessoa jurídica compra um fundo ou ponto comercial, adquirindo também sua estrutura, atividades, bens, dívidas, processos e contratos.
Conhecer essas diferenças é importante para saber planejar a sucessão de forma correta e lidar com os desafios que o processo apresenta, segundo a Robert Half.
Qual a sua importância para o bom desenvolvimento da empresa?
Toda organização que deseja manter sua atuação no mercado por muito tempo, de forma consistente e significativa, deve conhecer e saber realizar a sucessão empresarial. Isso porque, mesmo nos casos em que o mesmo dono permanece por muitos anos, ele não vai viver para sempre, ou seja, a sucessão acontecerá em algum momento.
“Sendo assim, as sucessões sempre serão elementos presentes na gestão de um negócio e devem ser planejadas para evitar problemas que comprometam sua eficiência e, consequentemente, ameacem o desempenho do negócio no mercado — redução de lucro, estratégias inconsistentes com a imagem, perda de talentos e stakeholders”, esclarece a consultoria.
Quais são os principais desafios desse processo?
Por se tratar de um processo complexo, a sucessão empresarial enfrenta alguns desafios em sua execução.
O primeiro é fazer uma seleção correta de sucessores, garantindo que estas pessoas conheçam a operação da empresa, sua filosofia de gestão, cultura organizacional, metas, objetivos e como manter as decisões de forma consistente com o comando anterior.
Outro ponto que deve receber atenção é a questão de conflitos gerados durante o processo de sucessão. Algumas organizações adotam um modelo transparente de seleção de diretores e acionistas para assumir a direção, o que pode resultar em competição e conflitos entre eles quando a gestão não é feita claramente.
Por fim, a declaração de que a organização está em um processo de sucessão empresarial pode gerar tensão entre os profissionais no ambiente de trabalho, que tendem a temer por suas posições. Esse clima resulta em perda de produtividade e de talentos que podem buscar outras oportunidades de forma proativa.
Como realizar esse processo de forma eficiente?
Para lidar com os desafios da sucessão empresarial e realizar esse processo de forma eficiente, é importante seguir algumas regras e boas práticas. Confira algumas dicas da Robert Half.
1. Planejar com antecedência
O sucesso da sucessão empresarial depende diretamente de seu planejamento, ou seja, da definição de medidas a serem adotadas antes, durante e depois de sua ocorrência. Essa prática evita conflitos e garante que todas as pessoas envolvidas no processo estejam preparadas para a mudança.
2. Investir na capacitação de potenciais sucessores
Outra prática importante que deve constar no planejamento da empresa é a elaboração de um plano de desenvolvimento de potenciais sucessores. Ele deve conter uma série de treinamentos e avaliações que garantam que esses profissionais tenham o perfil correto para assumir as responsabilidades da sucessão empresarial. O ideal é que esse plano fique dentro do projeto de educação corporativa do negócio.
3. Contar com a ajuda de profissionais especializados em Executive Search
A maior parte das organizações contrata uma empresa ou profissionais especializados em Executive Search para realizar o planejamento e a execução da sucessão empresarial. A prática é indicada porque esses parceiros são isentos e podem tomar decisões sem influências internas, como favoritismo, apenas se baseando em dados do negócio e do mercado.
Essas três práticas permitem que a sucessão empresarial ocorra de forma mais eficiente e sem problemas dentro da organização, garantindo que possíveis desafios sejam superados sem gerar prejuízos nos resultados do negócio. Nesse sentido, é importante investir e ter um planejamento definido para o processo.
Fonte: Contábeis