O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter em 6,5% a Selic, taxa básica de juros. A decisão significa não correr grandes riscos momentâneos, principalmente em um ano eleitoral, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A entidade entende que alguns fatores podem justificar o fim do ciclo de quedas da Selic, como o cenário internacional – que se espera um aumento nas taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos. A federação cita ainda a pressão no câmbio, não muito esclarecida e, por isso, não deixa o BC confortável no longo prazo. Outro fator complicador foi a greve dos caminhoneiros, que gerou efeitos na confiança do consumidor. A FecomercioSP apoia o processo de redução de juros e espera que “o país termine de fazer seu ajuste fiscal, permitindo não só a queda mais acentuada da taxa, como impedindo que em 2019 o Brasil tenha que passar por outro ciclo de alta da Selic”.
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) avaliou a decisão como o certo a ser feito, já que a inflação está bem abaixo do centro da meta. A ACSP acredita que taxa deve ficar assim até o fim do ano, tendo em vista o “fraco ritmo” da atividade econômica.
Custo do crédito
Apesar de o BC ter mantido a Selic em seu menor nível histórico, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avalia que o “custo do crédito para o tomador final continua alto”. A nota da entidade aponta que o Banco Central é peça-chave para a solução desta questão.
Decisão acertada
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entende a decisão como acertada. A entidade afirma que uma elevação dos juros não é o ideal e nem se justificaria diante de um cenário de fraca recuperação da economia em pleno ano eleitoral. Para a CNI, mesmo com a greve dos caminhoneiros, a inflação no país segue controlada.
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) também considerou adequada a decisão do BC. A entidade entende que a inflação abaixo da meta e a atividade econômica fraca justificam a manutenção dos juros básicos no piso histórico. Segundo o SPC, a elevada ociosidade da economia contribui para amenizar o repasse da alta do dólar para os preços.