Planejamento estratégico: não seja Alice no País das Maravilhas

Quem já leu a obra escrita ou assistiu alguma adaptação de Aline no País das Maravilhas pode constatar muitas lições valiosas, mas uma delas com certeza está relacionada às consequências de nossas decisões sobre os caminhos que percorremos ao longo vida.

A pergunta de Alice ao gato Cheshire sobre qual caminho tomar lhe devolveu uma nova indagação, “isso depende muito do lugar para onde você quer ir” porque “Se não sabe para onde ir qualquer caminho serve”.

Tão verdadeira quanto cruel, essa lição aplicada ao mundo empresarial pode contrastar com a alta taxa de mortalidade das empresas brasileiras, segundo o SEBRAE (2021) o Microempreendedor Individual (MEI) já ampliava o encerramento dos seus negócios em 37%, enquanto a Microempresa (ME) 18% e Empresa de Pequeno Porte (EPP) 13% de empresas encerradas. 

Embora essa estatística possa ter uma escala bem maior, se pudéssemos averiguar os inúmeros CNPJ’s abandonados ou esquecidos pelos empresários e empresas em inatividade a mais de dois anos.

Diante desse cenário, planejamento é essencial. Pensar e agir estrategicamente faz toda a diferença para o empreendimento. É preciso saber para onde ir e qual caminho tomar para não engordar estatísticas como mostrado acima.

Um Planejamento Estratégico pode ser a solução ideal, pois ele cria uma nova cultura de regramentos e promove um engajamento enorme de todos agentes em prol dos objetivos empresariais.

Para o efetivo sucesso de um Planejamento Estratégico algumas indagações devem ser feitas para que se defina qual o caminho a empresa deve tomar:

Qual o propósito da nossa empresa?

Onde nosso negócio está agora?

Aonde queremos chegar?

Como chegaremos?

Essas indagações norteiam a montagem do arcabouço de todo o plano e suas estratégias. A definição do propósito deve estar atrelada a razão de ser da empresa, a razão da sua existência o sonho que a motivou, a sua Missão.

Entendendo a Missão da empresa, defina isso objetivamente no seu plano para que todos saibam qual o propósito da empresa, traduza isso em palavras: Nossa Missão é... Vejamos a Missão da GOOGLE: “Organizar as informações do mundo para que sejam universalmente acessíveis e úteis a para todos”.

Com a missão bem definida e entendida, tonar-se necessário avaliar onde a empresa está e aonde deve chegar. Onde estamos é o ponto de partida, é a avaliação criteriosa do nosso negócio no presente e todos os pontos desfavoráveis até aqui.

Aonde queremos chegar é um desejo vislumbrado, é como nos vemos e como desejamos ser vistos no futuro, é a nossa Visão. Voltando a empresa GOOGLE sua Visão: “Fornecer acesso às informações do mundo em um só clique”.  A visão é uma das partes mais importantes do planejamento, pois ela define muitas vezes o horizonte temporal do plano.

Ao longo dos anos a empresa poderá usar de fazer outros planejamentos estratégicos onde a Visão poderá ser outra, pois bem, se já chegou onde se planejou, outros objetivos surgirão e outros caminhos devem ser percorridos. Mas cuidado, a definição da Visão da empresa, apesar de ser uma visão de futuro, deve ser um objetivo atingível, mesmo que em longo prazo. Aconselha-se em entidades de médio e pequeno porte a definição de visão com horizontes de tempo não superior 3 anos.

Ao contrário de Alice, agora temos definições, sabemos nosso propósito, sabemos onde estamos e sabemos aonde queremos chegar.

Com essas definições resta à empresa elaborar suas diretrizes estratégicas para atingir seus objetivos, é o “como chegaremos”. Para esta etapa o planejamento poderá se utilizar de diversas ferramentas que comporão o plano nas formas estratégica, tática e operacional, com definição de metas e objetivos. Estas o guiarão pelo caminho definido e o ajudarão a enfrentá-lo.

Dentre as diversas metodologias que poderão ser usadas estão: Balanced Scorecard, Análise SWOT (FOFA), Ciclo PDCA, Canvas, Plano de Ação 5W2H (4Q1POC), Método Kaiser (5S), Matriz Ansoff.

Posteriormente estarei publicando por aqui artigos sobre essas metodologias.

Fonte: Contábeis